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Associação entre os padrões alimentares e grau de processamento de alimentos com o sentimento de depressão na gravidez

Resumo

Objetivos:

investigar a relação entre padrões alimentares e o grau de processamento de alimentos com sentimento de depressão na gestação.

Métodos:

estudo transversal conduzido entre 784 gestantes adultas de Ribeirão Preto, SP, em 2011-2012. O sentimento de depressão foi obtido por questionário estruturado. Dois inquéritos recordatórios de 24 horas foram obtidos (24ª- 39ª semanas de gestação) e ajustados pelo Multiple Source Method. Quatro padrões alimentares foram identificados: “tradicional brasileiro”, “lanches”, “café” e “saudável”. Modelos de regressão logística ajustados foram empregados para investigar a relação entre os tercis dos padrões alimentares e do percentual energético (% E) de alimentos segundo o grau de processamento industrial com sentimento de depressão (sempre/a maior parte do tempo vs. às vezes/nunca).

Resultados:

12% das mulheres reportaram sentimento de depressão na gestação. Mulheres com maior adesão aos padrões “tradicional brasileiro” [OR= 0,54 (IC95%= 0,30-0,97)] e “saudável” [0,53 (IC95%= 0,30-0,94)] e com maior % E de alimentos minimamente processados[0,51 (0,28-0,93)] apresentaram menor chance de sentimento de depressão. Maior % E de alimentos ultraprocessados [2,39 (1,29-4,41)] foi diretamente associado ao desfecho. Nenhuma associação com os demais padrões foi verificada.

Conclusões:

maior adesão aos padrões alimentares “tradicional brasileiro” e “saudável” foi inversamente associada ao sentimento de depressão na gestação, possivelmente mediado pelo grau de processamento industrial dos alimentos.

Palavras-chave
Gestantes; Padrões alimentares; Alimentos industrializados; Depressão

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