Resumo
Objetivos:
avaliar a associação entre os aspectos sociodemográficos e clínicos do cuidador e da criança, a capacidade familiar para preparar e administrar a alimentação láctea e complementar de crianças expostas ao HIV.
Métodos:
estudo transversal realizado com 72 cuidadores, entre fevereiro de 2016 a março de 2017, por meio de instrumento de caracterização sociodemográfica e clínica do cuidador e Escala de Avaliação da Capacidade para Cuidar de Crianças Expostas ao HIV.
Resultados:
evidenciou-se alta capacidade para alimentar (76,6%), tanto para alimen-tação láctea (85,0%) quanto complementar (65%). Para a láctea, acessar a unidade básica em qualquer situação (p=0,003), ter outros filhos expostos ao HIV (p=0,013), manter o acompanhamento no serviço de saúde (p=0,048) e não consumir álcool (p=0,045) influen-ciou na maior probabilidade de o cuidador apresentar alta capacidade, enquanto que residir em zona periurbana (p=0,002) indicou capacidade moderada. Para a alimentação comple-mentar, quanto maior a escolaridade (p=0,025), o número de consultas da criança (p=0,045) e a criança estar em acompanhamento no serviço de saúde (p=0,035), maior a probabilidade de obter capacidade alta.
Conclusões:
a exposição dos fatores sociais e clínicos das cuidadoras influencia na capacidade para alimentar. Para garantir a alimentação adequada, é necessário que os serviços de saúde estejam aptos a considerar as características geo-sócio-culturais das famílias na elaboração das orientações.
Palavras-chave
HIV; Transmissão de doença infecciosa; Família; Nutrição do lactente