Efeito de uma intervenção educativa sobre a técnica de amamentação na prevalência do aleitamento materno exclusivo

Souza, Tâmara Oliveira de; Morais, Thaize Estrela do Vale; Martins, Camilla da Cruz; Bessa Júnior, José de; Vieira, Graciete Oliveira

doi:10.1590/1806-93042020000100016

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Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil

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Sumário

ARTIGOS ORIGINAIS • Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 20 (1) • Jan-Mar 2020 • https://doi.org/10.1590/1806-93042020000100016 copiar

Efeito de uma intervenção educativa sobre a técnica de amamentação na prevalência do aleitamento materno exclusivo

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Resumo

Objetivos:

avaliar o efeito de uma intervenção direcionada à técnica de amamentação na prevalência de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida.

Métodos:

foi realizado um estudo de intervenção quasi randomizado em uma maternidade pública, credenciada como Amigo da Criança. A intervenção consistiu em orientações individuais sobre a técnica de amamentação nas primeiras 48 horas após o parto, com ajuda de seio cobaia, boneca e filme. O grupo controle foi orientado sobre a importância do aleitamento materno pelas pesquisadoras, além das orientações fornecidas pelo hospital. A coleta de dados ocorreu na maternidade e ao final do primeiro mês em serviço ambulatorial do hospital, mediante a aplicação de um questionário, observação da mamada e exame das mamas.

Resultados:

a prevalência do aleitamento materno exclusivo, no primeiro mês de vida do lactente, foi de 76,6% no grupo experimental e 52,2% no grupo controle. RR=1,46 (IC95%=1,16-1,84); NNT=4,09; p=0,001. As mulheres que sofreram a intervenção, apresentaram técnica correta de amamentação em proporção significativamente maior que os controles: 64,04% vs 15,11%, RR= 4,87 [IC95%= 2,93-8,34] NNT= 1,96; p<0,001.

Conclusões:

a utilização de recursos audiovisuais, uso de instrumentos (seio cobaia e boneca) e tipo de abordagem individualizada contribuíram para o aumento da prevalência do aleitamento materno exclusivo até 30 dias pós parto.

Palavras-chave:
Aleitamento materno; Intervenção; Prevalência

Co-variáveis	Grupo Experimental		Grupo Controle		p ^* * Teste do qui quadrado de Pearson e teste de Fisher;
Co-variáveis	n	%	n	%	p ^* * Teste do qui quadrado de Pearson e teste de Fisher;
Características das puérperas
Sobrepeso e/ou obesidade^ Consideradas as mães que informaram peso e altura: 67 do grupo experimental e 73 do grupo controle;	46	68,7	38	52,0	0,20
Mãe com mais de 9 anos de estudo	50	55,6	49	54,4	0,88
Casal coabitando	79	87,8	74	82,2	0,29
Renda familiar > 1 salário mínimo	31	41,9	39	48,8	0,39
Tabagismo	3	3,3	2	2,2	0,65
Parto vaginal	60	66,7	50	55,6	0,12
Primiparidade	43	47,8	38	42,2	0,45
Pré-natal com ≥ 6 consultas	59	67,0	52	57,8	0,23
Orientação sobre a técnica de amamentação no pré-natal	28	31,8	39	43,3	0,12
Orientação sobre a importância da amamentação no pré-natal	41	47,8	50	56,2	0,11
Participação em curso de amamentação no pré-natal	5	5,7	12	13,3	0,12
Teve experiência anterior em amamentação	44	48,8	51	56,6	0,37
Média do tempo de amamentação dos filhos anteriores ≥ 6 meses^* ***** Consideradas as mães cujo primeiro filho tinha idade de um ano ou mais: 45 do grupo experimental e 52 do grupo controle.	38	84,4	42	80,8	0,63
Ingurgitamento mamário na maternidade	3	3,3	2	2,2	0,66

Características do recém-nascido
Sexo feminino	49	54,4	50	55,6	0,88
Peso de nascimento < 2500 gramas	3	3,3	8	8,9	0,11
Uso de bico na maternidade	4	4,4	5	5,6	0,73
Recebeu complemento na maternidade	3	3,4	2	2,2	0,64
Mamou na 1ª hora do parto	30	33,3	21	23,3	0,14

Co-variáveis	Grupo Experimental		Grupo Controle		p ^* * Teste do qui-quadrado de Pearson e teste de Fisher.
Co-variáveis	n	%	n	%	p ^* * Teste do qui-quadrado de Pearson e teste de Fisher.
Posicionamento mãe/bebê
Mãe c/ ombros tensos	4	4,5	10	11,4	0,090
Bebê distante da mãe	7	7,9	27	30,7	<0,001
Bebê não alinhado (pescoço do bebê torcido)	6	6,7	13	14,9	0,080
Queixo não toca o seio	3	3,4	28	31,8	<0,001
Bebê não apoiado (somente ombro ou cabeça apoiado)	2	2,2	21	23,9	<0,001

Quanto às respostas do bebê
Nenhuma resposta ao peito	1	1,1	3	3,4	0,306
Nenhuma busca o peito	1	1,1	2	2,3	0,547
Bebê não está interessado no peito	2	2,	2	2,3	0,982
Bebê inquieto ou chorando	1	1,1	4	4,6	0,165
Bebê não mantém a pega da aréola	2	2,2	24	27,6	<0,001
Nenhum sinal de ejeção de leite	4	4,5	6	7,0	0,479

Quanto ao vínculo emocional
Mãe nervosa ou carrega o bebê vacilante	0	-	2	2,3	0,153
Nenhum contato ocular mãe/bebê	0	-	2	2,3	0,153
Mãe e bebê quase não se tocam	9	10,1	22	25,0	0,009

Quanto à anatomia
Mamas ingurgitadas	0	-	3	3,4	0,079
Mamilos planos ou invertidos	12	13,5	5	5,9	0,091
Tecido mamário com fissuras/vermelhidão	1	1,1	1	1,2	0,981
Mamas parecem estiradas ou caídas	1	1,1	2	2,3	0,554

Pega do bebê
Boca pouco aberta	7	7,9	20	22,7	0,006
Pega não assimétrica (mais aréola abaixo da boca do bebê)	13	14,6	43	49,4	<0,001
Lábio inferior virado para dentro	13	14,6	37	42,0	<0,001

Sucção
Apenas sugadas rápidas com estalidos	0	-	9	10,3	0,002
Ouve-se ruídos altos, mas não a deglutição	2	2,2	7	8,0	0,081

Quanto ao tempo gasto na sucção
> 15 minutos	34	38,2	29	33,7	0,537

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[1] Contribuição dos autores

Souza TO participou da concepção, coleta e análise dos dados e redação do artigo. Morais TEV realizou planejamento, coleta e análise dos dados. Martins e Bessa Júnior J contribuíram na análise dos dados, interpretação dos resultados e revisão do manuscrito. Vieira GO participou do planejamento, interpretação dos resultados e escrita do manuscrito. Todos os autores aprovaram a versão final do artigo.