Para estudar as características biológicas relacionadas com o cuidado maternal em Antiteuchus sepulcralis (Fabricius), foram feitas observações em 28 fêmeas, com suas respectivas posturas, criadas na planta hospedeira Hibiscus pernambucensis Arruda (Malvaceae). As posturas foram individualizadas em gaiolas de filó e verificadas diariamente no período de setembro/97 a maio/98, à temperatura média de 27,7°C. Para observar as estratégias de defesa exibidas pela fêmea, colocaram-se um ou mais indivíduos do parasitóide Phanuropsis semiflaviventris Girault (Hymenoptera: Scelionidae) em uma caixa de acrílico com a mãe e sua postura. A. sepulcralis apresentou cinco ínstares ninfais com a duração média de 6,8, 19,0, 19,5, 22,5 e 22,7 dias, respectivamente. O estágio de ovo durou em média 6,2 dias, totalizando um período médio de ovo a adulto de 96,7 dias. O período de proteção materna durou em média 21,6 dias, da oviposição até os primeiros dias do segundo instar. A fecundidade de A. sepulcralis foi de 28,0 ovos para as fêmeas mantidas na casa-de-vegetação e de 27,6 para as fêmeas coletadas no campo; somente uma postura é produzida durante sua vida. A fêmea de A. sepulcralis defende a sua postura utilizando o corpo como escudo e as antenas e pernas para afastar os parasitóides; não houve evidência do uso de alomônio das glândulas metatorácicas nesta proteção. O sucesso do comportamento de defesa foi menor quando na presença de dois ou mais parasitóides na caixa de acrílico. O desenvolvimento prolongado, a baixa fecundidade e o longo período de proteção, juntamente com o fato da fêmea não se alimentar nesta fase e de ficar provavelmente mais exposta a inimigos naturais, representam custos ecofisiológicos significativos associados à evolução do cuidado maternal em A. sepulcralis.
Insecta; comportamento subsocial; desenvolvimento; fecundidade; inimigos naturais
