Resumo:
O artigo resulta de estudo etnográfico sobre a construção de representações sociais no contexto de um centro comercial em Porto Alegre, onde a convivência de grupos diversos revela noções do senso comum estigmatizadas, que se incorporam à cultura organizacional. Uma das primeiras constatações é que a organização sofre influência de representações circulantes na sociedade, por meio das quais os grupos que convergem ao espaço podem ser identificados como “bons frequentadores” e “maus frequentadores”. Nota-se que a organização produz novas representações, por vezes carregadas de significações negativas e estigmatizantes, configurando hierarquias de poder simbólico entre os frequentadores. Igualmente, a sociedade produz representações sobre o espaço e seus frequentadores, que integram noções de senso comum e influenciam o desempenho organizacional. Finalmente, este trabalho visa contribuir para os estudos sobre cultura organizacional, na medida em que revela as representações sociais fundamentais para a construção de discursos e institucionalização de práticas organizacionais.
Palavras-chave:
representações sociais; estigma; hábitos de consumo; cultura organizacional