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Estrutura da comunidade de macroinvertebrados associados ao folhiço submerso de remanso e correnteza em igarapés da Amazônia Central

Community structure of macroinvertebrates associated with leaf litter from riffles and pools from Central Amazon streams

Considerando que a composição e a distribuição de macroinvertebrados de água doce é relacionada a diversos fatores ambientais, destacando-se a velocidade da corrente e o tipo de substrato tive como hipótese de trabalho que a composição, riqueza, e abundância de macroinvertebrados que ocorrem em dois ambientes com características hidrológicas distintas (correnteza e remanso) fossem diferentes entre essas áreas. A amostragem foi realizada em três igarapés onde foram dispostas cinco armadilhas em trechos de remanso e cinco em correnteza, totalizando 30 armadilhas. No laboratório os macroinvertebrados foram identificados em ordens e os indivíduos de cada ordem foram separados em famílias. Análise de variância em blocos foi realizada com intuito de verificar possíveis efeitos do tipo de hábitat e dos rios sobre riqueza e abundância de macroinvertebrados. O índice de diversidade Shannon foi aplicado, seguido do teste t. Análise de agrupamento (UPGMA) usando o coeficiente de distância de Bray-Curtis foi realizada com intuito de verificar a similaridade entre os diferentes hábitats dos rios. Foram coletados 132 especimens, 97 em correnteza e 35 em remanso. Dentre as dezesseis famílias coletadas, seis colonizaram apenas correnteza, dois apenas remanso e oito colonizaram os dois ambientes. Foi detectado um efeito do hábitat (remanso ou correnteza) sobre a riqueza e abundância de macroinvertebrados. No entanto, não foi detectado efeito do local (igarapés). A diversidade de Shannon foi maior para correnteza do que para o remanso. A análise de agrupamento de Bray-Curtis formou um agrupamento mais definido entre os trechos de corredeira. Concluo que a composição e a abundância são os parâmetros que diferem entre as comunidades de macroinvertebrados de correnteza e remanso. A hipótese explicativa para este resultado é de que a estrutura da comunidade desses dois ambientes se diferencie devido às variações associadas ao fluxo da correnteza, que possibilitam a existência de grupos com características ecológicas e comportamentais distintas nos dois ambientes.

colonização; velocidade de correnteza; invertebrados aquáticos


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