Acessibilidade / Reportar erro

Reprodução da piranha-amarela Serrasalmus spilopleura Kner, 1858, em lagos de várzea, Amazonas, Brasil

Reproduction of piranha Serrasalmus spilopleura Kner, 1858, on the floodplain lakes, Amazon, Brazil

Serrasalmus spilopleura (piranha-amarela) é fonte de proteína animal para as populações ribeirinhas, sendo ocasionalmente comercializada nos mercados e feiras da região. Considerando a escassez de informações sobre a reprodução de peixes em lagos de várzea, o trabalho propõe investigar o comprimento médio de primeira maturação sexual e a época de desova de S. spilopleura nos lagos Jaitêua-São Lourenço, Manacapuru, AM. Também são relacionados os fatores abióticos (nível de água e profundidade) e bióticos (fator de condição) com a época de desova. Foram capturadas 232 fêmeas no período de agosto de 2006 a junho 2007, utilizando rede-de-emalhar e, em laboratório, foram realizadas as biometrias e identificação dos estádios de maturação gonadal. A época de desova das fêmeas foi estabelecida através da distribuição temporal da freqüência relativa nos diferentes estádios de maturação gonadal e do fator de condição relativo, Kn = Pt/aCp b, onde: Kn = fator de condição relativo; Pt = peso total; Cp = comprimento padrão e, a e b = constantes obtidas da regressão entre peso e comprimento. E, para verificar se há correlação entre o fator de condição e época de desova com a profundidade dos lagos, utilizou-se o coeficiente de correlação de Spearman ao nível de significância 5%. A amplitude do comprimento padrão dos exemplares variou de 7 a 22 cm. A análise de correlação entre o Kn e a época de desova foi positiva (r s = 0,58, p < 0,05), ou seja, a época de desova correspondeu ao período de maior Kn, sugerindo ser um indicador para época de desova de S. spilopleura. Houve correlação negativa entre a profundidade e o Kn (r s = -0,66, p < 0,05) e entre a profundidade e a época de desova (r s = -0,25, p < 0,05). O L50 estimado correspondeu a 13,0 cm ± 0,09 e o L100 a 17,0 cm ± 0,02. S. spilopleura desenvolve o seu ciclo reprodutivo no complexo lacustre lago Grande de Manacapuru, e com base nos indicadores reprodutivos, época de desova e fator de condição relativo, a desova começa em dezembro, logo no início da enchente, se estendendo até fevereiro, meados de enchente, coincidindo com a elevação do nível da água do rio Solimões-Amazonas e da profundidade nos lagos.

peixes; época de desova; comprimento de primeira maturação sexual; fator de condição


Instituto Virtual da Biodiversidade | BIOTA - FAPESP Departamento de Biologia Vegetal - Instituto de Biologia, UNICAMP CP 6109, 13083-970 - Campinas/SP, Tel.: (+55 19) 3521-6166, Fax: (+55 19) 3521-6168 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: contato@biotaneotropica.org.br