Toda imagem sagrada possui uma profunda identificação com aquilo que representa. Conforme a tradição cristã, é pela acheiropoiesis que essa experiência é levada ao limite: trata-se do milagre pelo qual o ser divino deixa uma imagem de si mesmo, sem a ação da mão do homem. Muito distante desse contexto, algumas fotografias parecem ainda tocar o desejo de encontrar na imagem a manifestação espontânea de um objeto afetivo. Isso aponta para um paradoxo: a possibilidade de sobrevivência de um "valor de culto" nas mesmas imagens técnicas que pareciam superá-lo.
palavras-chave:
fotografia; religião; relíquia; Walter Benjamin; Roland Barthes