RESUMO
Este artigo analisa os catálogos de três exposições apresentadas no Memorial da Resistência de São Paulo que têm como principal material expressivo fotografias de mortos e desaparecidos políticos, vítimas das ditaduras civil-militares da Argentina, do Brasil e do Chile. “Buena memoria”, de Marcelo Brodsky, “Ausenc’as”, de Gustavo Germano, e “119”, de Cristian Kirby, são examinados pelo modo como mobilizam esses retratos, destacados em suas estratégias próprias. Guardadas as singularidades de cada trabalho, a análise aponta neles uma potência comum: a capacidade de agenciar os olhares encarnados nas imagens, que então podem mirar de volta os espectadores para deles exigir recordação, responsabilização e redenção.
Palavras-chave:
fotografia; arte; memória; ditadura