RESUMO
O presente estudo investigou o papel das dimensões de justiça organizacional (distributiva, processual, interpessoal e informacional) como preditoras de uma variável do burnout, a exaustão emocional (EE). Setenta trabalhadores (55,7% homens e 81,4% de empresas privadas) responderam a um questionário sociodemográfico, à subescala de EE do inventário de burnout de Maslach e à escala de percepções de justiça. Análises de correlação bivaria-das e parciais indicaram que:
-
a dimensão de justiça interpessoal foi a que mais se correlacionou com a EE, seguida pela distributiva;
-
a informacional não se associou com o burnout; e
-
a processual deixou de se correlacionar com a EE, quando os efeitos de covariância da distributiva e interpessoal foram controlados.
A análise de regressão múltipla confirmou esses achados: a interpessoal e a distributiva foram preditores significativos, explicando 31% da variância do burnout. Houve diferenças de gênero. O único preditor significativo para os homens foi a justiça interpessoal, enquanto para as mulheres foi a distributiva. Com base nesses achados, sugere-se às empresas fluminenses que considerem um possível efeito positivo do tratamento respeitoso e cortês na saúde psíquica dos seus funcionários. Tal prática, no presente estudo, teve melhor impacto no burnout do que a distribuição justa de resultados/recompensas e, se adotada, representaria um baixo custo financeiro, possivelmente promovendo o bem-estar e a saúde psíquica dos membros da organização. Finalmente, futuros estudos são sugeridos.