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A vida na fazenda: sentidos subjetivos do servidor fazendário ante a participação no trabalho

Treasury life: subjective senses of the worker in the light of the participation at work

La vida en la hacienda: sentidos subjetivos del servidor hacendero frente a la participación en el trabajo

O problema de pesquisa deste estudo tem origem em inquietações dos autores, ao longo de mais de vinte anos de serviço público, sobre a diversidade e a complexidade da participação no trabalho, nem sempre explicável objetivamente: que sentidos subjetivos perpassam o servidor público fazendário no que tange à participação no trabalho? Este artigo visa compreender os sentidos subjetivos do servidor fazendário ante a participação no trabalho. O referencial teórico é a teoria da subjetividade na perspectiva histórico-cultural de González Rey (2003, 2005), que propõe uma concepção de subjetividade baseada numa compreensão histórico-cultural do homem, rompendo com a dicotomia entre o social e o individual. A essa perspectiva da subjetividade são associados estudos de autores (inter)nacionais sobre a participação no trabalho, como O'Donoghue, Stanton e Bartram (2011), Zani e Spinelli (2010), Neves e Castro (2010), Palgi (2006), Cox, Zagelmeyer e Marchington (2006), Demo (1988), Coutinho (2006) e Leal Filho (2009). Adota-se um conceito de participação associado às formas e aos meios pelos quais os trabalhadores e dirigentes de uma organização influenciam seus destinos (MOTTA, 1999). Trata-se de um estudo de natureza qualitativa baseada na epistemologia qualitativa (GONZÁLEZ REY, 2005). As interpretações fundamentam-se na acepção de sentido subjetivo (GONZÁLEZ REY, 2003, 2005). Os sujeitos pesquisados são sete auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito Santo (Sefaz). O levantamento dos dados deu-se em quatro momentos empíricos, entre julho de 2009 e fevereiro de 2010. As interpretações evidenciam sentidos subjetivos relevantes em cada um dos sujeitos ante a participação no trabalho, associados, entre outros: à visão ideológica, ao núcleo familiar, à autoestima, ao novo e à mudança, à formalidade e à família. Os resultados possibilitam também identificar elementos marcantes da subjetividade social prevalente na instituição, destacando-se: cultura baseada no controle, mistura entre relações de amizade e profissionais, e carência de espaços de participação. Por fim, sugerem-se medidas no sentido de aprimorar a relação servidor-instituição e a participação do servidor no trabalho, e são abordadas lacunas, limitações do estudo e questões para pesquisas futuras.

Participação no trabalho; Subjetividade; Sentidos subjetivos; Auditor fiscal; Administração Pública


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