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Redes de organizações sociais: a inserção da lógica de mercado e a formação de gestores

O campo da cultura, assim como outros campos, tem passado por grandes transformações nos últimos anos. No Brasil, a Lei Rouanet e a criação da figura jurídica das Organizações Sociais são marcos importantes dessa transformação, que implica novos modos de ação e, notadamente, novos modos de captação de recursos e gestão das organizações. No centro dessas transformações, parece estar a inserção da lógica de mercado nas atividades culturais. Fundamentadas nessas percepções, oriundas de estudos realizados no grupo de pesquisa do qual participamos, realizamos um estudo etnográfico em uma rede de organizações não-governamentais denominada Rede Arte e Cidadania, a qual aglutina aproximadamente 30 ONGs que utilizam a arte em suas diversas manifestações para a construção ou recuperação da cidadania de grupos em situação de risco, notadamente crianças de classes desfavorecidas. Os resultados da análise identificam uma forte inserção da lógica de mercado na formação de gestores de ONGs pertencentes à Rede, observada pela discussão concentrada em elaboração de projetos com uma visão predominantemente empresarial, baseada em aspectos quantitativos e, por vezes, em interpretações errôneas.

redes; organizações sociais; formação de gestores; mercantilização


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