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Associação entre o consumo de tabaco e a progressão do câncer superficial da bexiga

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a relação entre os hábitos tabágicos e a evolução de pacientes com carcinoma urotelial de bexiga superficial.

Métodos:

Foi realizado um estudo retrospectivo com 99 pacientes (67,0 ± 13,2 anos, variando de 31,4-93,4 anos, 72,7% homens e 27,3% mulheres) tratados de carcinoma urotelial de bexiga não-invasivo entre 1994 e 2000, com seguimento médio de 49,3 meses (4,0-177,9 meses). Os pacientes foram divididos em tabagistas e não-tabagistas, e os tabagistas foram subestratificados entre ex-tabagistas, interruptores precoces, interruptores tardios e tabagistas persistentes. O principal desfecho avaliado foi a progressão para doença invasiva.

Resultados:

O tabagismo foi mais comum entre os homens (p = 0,03), sendo que 62,6% do total de pacientes avaliados eram tabagistas. O diagnóstico do câncer ocorreu em uma idade mais precoce entre os tabagistas (70,8 versus 64,8 anos, p = 0,03). Observou-se uma progressão significativamente maior para doença invasiva entre os pacientes com carga tabágica acima de 60 maços/ano (52,9 versus 26,2%, p = 0,037). Estes pacientes tiveram um tempo de progressão de 59,3 versus 131,8 meses para aqueles com menor carga tabágica.

Conclusões:

Há associação direta entre a carga tabágica e progressão do carcinoma urotelial de bexiga para doença músculo-invasiva em um curto intervalo de tempo. Estudos prospectivos e com maior número de pacientes são necessários para entender como a interrupção do tabagismo afeta a progressão do carcinoma superficial de bexiga.

Descritores:
Bexiga urinária; Carcinoma de células de transição; Análise de sobrevida; Tabagismo; Abandono do hábito de fumar; Recidiva local de neoplasia

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