RESUMO
Objetivo:
Verificar a existência de associação entre presença/ausência de habituação do reflexo cócleo-palpebral no período neonatal bem como o desenvolvimento do processamento auditivo.
Métodos:
Pesquisou-se a ocorrência de habituação do reflexo cócleo-palpebral em 33 neonatos neurologicamente normais, os quais, entre 9 e 25 meses de idade, tiveram suas respostas comportamentais avaliadas e classificadas segundo Azevedo (1993). A habituação do reflexo cócleo-palpebral foi verificada utilizando-se estímulo sonoro de aproximadamente 90 dB. A etapa do desenvolvimento do processamento auditivo foi avaliada com estímulo sonoro aproximado de 41 dB. A análise estatística dos dados foi realizada por meio dos testes Fischer e χ2.
Resultados:
Das 33 crianças estudadas, 22 evidenciaram habituação do reflexo cócleo-palpebral na primeira etapa do estudo. A etapa do processamento auditivo de 7 delas foi considerada adequada à idade cronológica e de 15 inadequada. Onze crianças não evidenciaram habituação do reflexo cócleo-palpebral na primeira etapa do estudo. Desse grupo, oito crianças manifestaram respostas auditivas adequadas para a idade cronológica e três inadequadas. Verificou-se associação estatisticamente significante entre presença de habituação do reflexo cócleo-palpebral e atraso nas etapas do processamento auditivo, e também entre ausência de habituação do reflexo cócleo-palpebral e respostas adequadas à idade cronológica.
Conclusões:
A presença de habituação do reflexo cócleo-palpebral no período neonatal parece não ser fator preditivo do adequado desenvolvimento do processamento auditivo.
Descritores:
Habituação psicofisiológica; Reflexo cócleo-palpebral; Recém-nascido; Audição; Percepção auditiva; Linguagem