Objetivo
Identificar os fatores biológicos e psicossociais associados à desistência de uma intervenção multidisciplinar comportamental em adolescentes obesos.
Métodos
Foram selecionados para participar das 12 semanas de intervenção 183 adolescentes (15,4±1,6 anos), púberes (Tanner 3 ou 4) e obesos (34,7±4,0 kg/m2). A intervenção incluiu consultas clínicas (mensal), aconselhamento nutricional e psicológico (uma vez/semana), e treinamento aeróbio supervisionado (três vezes/semana). As variáveis estudadas foram peso, altura, índice de massa corporal, composição corporal (dobras cutâneas), aptidão cardiorrespiratória (análise direta de gases), perfil lipídico e sintomas autorrelatados de transtornos alimentares (bulimia, anorexia e compulsão alimentar), ansiedade, depressão, insatisfação com a imagem corporal e qualidade de vida. A análise estatística incluiu regressão logística binária e teste t de Student independente.
Resultados
Aderiram ao programa 73,7% dos adolescentes. A maior chance de desistência foi observada entre aqueles com mais de 15 anos (odds ratiode 0,40; IC95%: 0,15-0,98), com mais sintomas de anorexia (odds ratio de 0,35; IC95%: 0,14-0,86) e com hipercolesterolemia (odds ratio de 0,40; IC95%: 0,16-0,91) no início do estudo.
Conclusão
Adolescentes mais velhos, com mais sintomas de transtornos alimentares e de níveis de colesterol total, têm menor chance de aderir a tratamentos multidisciplinares.
Pacientes desistentes do tratamento; Adiposidade; Lipídeos; Qualidade de vida; Transtornos da alimentação; Adolescente