RESUMO
A monitorização perioperatória da coagulação é fundamental para estimar o risco de sangramento, diagnosticar deficiências causadoras de hemorragia e guiar terapias hemostáticas durante procedimentos cirúrgicos de grande porte, como o transplante hepático. Os testes estáticos, comumente usados na prática clínica, são insatisfatórios no intraoperatório, pois demandam tempo e não avaliam a função plaquetária; são determinados no plasma e realizados em temperatura padrão de 37°C. Os métodos que avaliam as propriedades viscoelásticas do sangue total, como o tromboelastograma e a tromboelastometria rotacional, podem suprir as deficiências dos testes estáticos tradicionais, uma vez que permitem avaliar a coagulação de forma rápida e qualitativa, guiando a terapia transfusional de forma adequada. A tromboelastometria rotacional mostrou-se promissora na avaliação e no tratamento de estados de hipercoagulação e hipocoagulação, associados a sangramento no transplante hepático. Estas informações, combinadas com os testes tradicionais e uma avaliação objetiva do campo cirúrgico, promovem um cenário ótimo para guiar as estratégias transfusionais e potencialmente melhorar o desfecho destes pacientes.
Transplante; Transplante de fígado; Coagulação sanguínea; Tromboelastografia; Hemorragia; Transfusão de sangue