JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O tratamento da dor no pós-operatório, apesar de ter importância reconhecida, continua sendo descrito como inadequado. Assim, este estudo teve como objetivo expor o panorama do controle da dor pós-operatória em pacientes internados para cirurgia abdominal geral. MÉTODO: Estudo transversal, quantitativo, observacional, descritivo e não randomizado, realizado por meio da aplicação de questionário em pacientes internados até 48h após cirurgia abdominal. O questionário abrange as variáveis: idade, sexo, procedimento realizado, horas de pós-operatório, presença de dor e intensidade por meio da escala analógica visual (EAV). RESULTADOS: Foram entrevistados 165 pacientes; destes, 40 referiram dor, sendo 26 mulheres (28,57%) e 14 homens (18,92%). Os procedimentos aos quais os pacientes foram submetidos classificaram-se em abertos e fechados; os mais realizados foram os fechados. Dentre os mais dolorosos, destacam-se as cirurgias abertas (colectomia, hernioplastia hiatal, coledocotomia, colostomia, gastrostomia), com 100% de dor, e a laparotomia com aproximadamente 60%. Dentre os procedimentos fechados, o que gerou menos dor foi a colecistectomia (88,33%), e apenas 11,67% apresentaram dor leve a moderada. Observou-se a prevalência de dor leve nos adolescentes e de dor intensa na senescência. Houve um predomínio de dor leve a moderada em homens e moderada a intensa nas mulheres. CONCLUSÃO: A prevalência e a intensidade de dor verificadas no pós-operatório demonstraram que o controle desta está adequado para procedimentos laparoscópicos; entretanto se faz necessária a adequação em pacientes submetidos a procedimentos abertos, na senescência e nas mulheres.
Analgesia; Cirurgia abdominal; Dor pós-operatória; Medição da dor