JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A dor é uma manifestação subjetiva de experiência desagradável, pessoal e intransferível, produzida por uma lesão tecidual envolvendo mecanismos corporais físicos e químicos. Os objetivos da pesquisa foram identificar a presença da dor aguda no pós-operatório de apendicectomia, verificar o registro da dor, descrever as complicações da dor pós-cirurgia e comparar o manuseio da dor e a adequação da analgesia.
MÉTODOS:
Estudo transversal, descritivo e quantitativo. A casuística foi constituída por 41 pacientes submetidos a apendicectomia. Foi realizada entrevista semiestruturada, com informações sobre o uso de analgésico, presença de dor pós-cirúrgica, local da dor, consequências da dor e a escala analógica visual. Para avaliar o manuseio da dor e o padrão da analgesia foi calculado o Índice de Manuseio da Dor proposto pela Organização Mundial de Saúde.
RESULTADOS:
Sessenta e um por cento eram do gênero masculino, a média de idade foi de 34,36±11,64 anos, 70,7% casados, todos os pacientes referiram dor. Em 90,2% dos casos não havia registro da dor em prontuário. A incisão cirúrgica foi o principal local da dor e a mobilidade física prejudicada sua principal consequência. Quanto à intensidade da dor, 22,2% dos pacientes sentiram dor moderada e foram inadequadamente tratados de acordo com o Índice de Manuseio da Dor.
CONCLUSÃO:
Observou-se inadequação considerável da analgesia, o registro da dor em prontuário foi muito escasso e nenhum pro-fissional da enfermagem registrou o fenômeno doloroso. A incisão cirúrgica foi o principal local da queixa de dor e a dificuldade para deambular foi a principal complicação. Os dados desta pesquisa suscitam a necessidade de investimentos na capacitação dos profissionais da saúde quanto ao manuseio adequado do fenômeno doloroso.
Analgesia; Apendicectomia; Dor; Medição da dor