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Diagnóstico imunológico da tuberculose: problemas e estratégias para o sucesso

A tuberculose continua sendo um grave problema social e de saúde, afetando milhões de pessoas anualmente. A vacina Bacille Calmette-Guerin (BCG), usada no controle profilático, é incapaz de conter a progressão da doença, que usualmente se manifesta através da queda da imunidade celular do indivíduo. O diagnóstico da tuberculose em seus estágios iniciais, aliado à poliquimioterapia, pode contribuir para o controle da disseminação da infecção. Os atuais métodos de diagnóstico apresentam problemas, como: baixa sensibilidade da baciloscopia; longo tempo de realização das culturas microbiológicas; e baixa especificidade do teste cutâneo com o derivado protéico purificado do M. tuberculosis. Novos métodos de diagnóstico que utilizam antígenos específicos (por exemplo, os conhecidos em inglês como o early secreted antigenic target 6-kDa e o culture filtrate protein 10-kDa), estão sendo testados. Os genes que codificam esses antígenos estão localizados na região de diferença 1 do M. tuberculosis, M. africanum e M. bovis, mas estão ausentes no M. bovis (BCG) e na maioria das micobactérias do meio ambiente. Métodos de diagnóstico baseados na produção de interferon-gama por linfócitos T, em resposta a esses antígenos, como o QuantiFERON-TB® e o T SPOT.TB®, estão sendo testados, e superam o teste cutâneo com o derivado protéico purificado nas seguintes características: maior sensibilidade; menor reatividade cruzada devido à vacinação com o BCG ou infecção por micobactérias do meio ambiente; e tempo de execução. A introdução de métodos de diagnóstico mais específicos e sensíveis, assim como um maior entendimento dos mecanismos moleculares e celulares que regulam a interação parasito-hospedeiro, pode contribuir para um eficiente combate à tuberculose.

Tuberculose; Mycobacterium tuberculosis; Diagnóstico; Antígenos de bactérias; Proteínas de bactérias; Imunidade


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