OBJETIVO:
Analisar o perfil de casos de tuberculose no estado de Minas Gerais entre 2002 e 2009, segundo características sociodemográficas, clínicas e laboratoriais, assim como presença de comorbidades e mortalidade.
MÉTODOS:
Estudo epidemiológico descritivo com levantamento de dados dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e Sistema de Informação de Mortalidade entre 2002 e 2009.
RESULTADOS:
Foram notificados 47.285 casos de tuberculose nos anos estudados, com média de incidência 22,3/100.000 habitantes. Os indivíduos com tuberculose eram predominantemente da faixa etária de 20-49 anos (62,4%), do sexo masculino (67,0%) e tinham baixa escolaridade (18,5%). Casos novos, de recidiva e de retratamento representaram, respectivamente, 83,7%, 5,7% e 5,7% do total de casos. As proporções de cura, abandono do tratamento e tuberculose multirresistente foram, respectivamente, 73,1%, 11,2% e 0,2%, enquanto o coeficiente de mortalidade foi 12,9%. O tratamento diretamente observado (TDO) foi administrado em 21,8% dos casos. A baciloscopia e a cultura de escarro somente foram realizadas em 73.9% e 12,9% dos casos, respectivamente. A radiografia de tórax foi realizada em 90,5% dos casos. A forma pulmonar prevaleceu (83,9%). A comorbidade com alcoolismo, infecção pelo HIV e diabetes mellitus foi identificada em 17,2%, 8,3% e 3,8% dos casos, respectivamente.
CONCLUSÕES:
No período estudado, o número de casos novos, de abandono e de óbitos foi elevado, as comorbidades foram relevantes, e os exames básicos não foram realizados adequadamente para o diagnóstico da tuberculose. São necessários o trabalho multiprofissional, ampliação da estratégia TDO, maior conhecimento da distribuição da tuberculose em Minas Gerais e melhorias nos bancos de dados para que haja um melhor controle da doença no estado.
Tuberculose/epidemiologia; Tuberculose/mortalidade; Sistemas de informação