RESUMO
Objetivo:
O objetivo deste estudo foi descrever os resultados de ressecções pulmonares anatômicas por videotoracoscopia no Brasil.
Métodos:
Cirurgiões torácicos (membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica) foram convidados, por correio eletrônico, a participar do estudo. Dezoito cirurgiões participaram do projeto enviando seus bancos de dados retrospectivos referentes a ressecções anatômicas de pulmão por videotoracoscopia. Dados demográficos, cirúrgicos e pós-operatórios foram coletados em um instrumento padronizado e posteriormente compilados e analisados.
Resultados:
Dados referentes a 786 pacientes foram encaminhados (média de 43,6 ressecções por cirurgião), sendo 137 excluídos por informações incompletas. Logo, 649 pacientes constituíram nossa população estudada. A média de idade dos pacientes foi de 61,7 anos, 295 eram homens (45,5%), e a maioria - 521 (89,8%) - foi submetida à cirurgia por neoplasia, mais frequentemente classificada como estádio IA. A mediana do tempo de drenagem pleural foi de 3 dias, e a do tempo de internação, 4 dias. Dos 649 procedimentos realizados, 598 (91,2%) foram lobectomias. A taxa de conversão para toracotomia foi de 4,6% (30 casos). Complicações pós-operatórias ocorreram em 124 pacientes (19,1%), sendo pneumonia, escape aéreo prolongado e atelectasia as mais frequentes. A mortalidade em 30 dias foi de 2,0%, tendo como preditores idade avançada e diabetes.
Conclusões:
A casuística brasileira mostra que as ressecções pulmonares por cirurgia torácica videoassistida são factíveis e seguras, além de comparáveis àquelas de registros internacionais.
Descritores:
Cirurgia torácica videoassistida; Toracoscopia; Pneumonectomia