RESUMO
Objetivo:
Comparar a incidência e a intensidade de efeitos adversos agudos e a variação da temperatura da pele da face através da termografia após a aplicação de ventilação não invasiva (VNI).
Métodos:
Foram incluídos 20 voluntários sadios, de ambos os gêneros, submetidos à VNI com máscara oronasal por 1 h e divididos aleatoriamente em dois grupos de acordo com o modo ventilatório: bilevel positive airway pressure (BiPAP) ou continuous positive airway pressure (CPAP). A termografia da face foi realizada para determinar a temperatura na região de contato da máscara e no dorso do nariz em momentos diferentes. Os voluntários preencheram um questionário de efeitos adversos após a retirada da VNI.
Resultados:
A incidência e a intensidade dos efeitos adversos agudos foram maiores naqueles submetidos a BiPAP em relação aos submetidos a CPAP (16,1% vs. 5,6%). A análise termográfica evidenciou um esfriamento significativo da pele facial nas duas regiões de estudo imediatamente após a retirada da máscara. Os efeitos adversos agudos em maior intensidade ocorreram predominantemente no grupo de participantes cuja redução da temperatura média no dorso do nariz foi menor (14,4% vs. 7,2%). A análise visual termográfica de zonas de esfriamento e aquecimento na face identificou regiões de hipoperfusão ou hiperemia reativa.
Conclusões:
O uso do modo BiPAP associou-se a maior incidência e intensidade de efeitos adversos agudos associados à VNI. Houve associação entre efeitos adversos agudos e menor esfriamento da pele do dorso do nariz imediatamente após a retirada da máscara. A termografia cutânea pode ser uma ferramenta adicional na detecção de efeitos adversos na pele da face associados ao uso da VNI.
Descritores:
Máscaras; Ventilação não invasiva; Termografia