RESUMO
Objetivo:
A DPOC é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Os provedores de cuidados de saúde deveriam aconselhar seus pacientes fumantes com DPOC a parar de fumar como primeiro passo de tratamento. Entretanto, em países com altas prevalências de tabagismo, os profissionais de saúde também podem ser fumantes. O objetivo deste estudo foi determinar a frequência de DPOC e sua gravidade em profissionais de saúde que fumam.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal. Todos os profissionais de saúde fumantes de nove centros de saúde na Sérvia foram convidados a participar do estudo e realizar espirometria. O diagnóstico de DPOC baseou-se em VEF1/CVF pós-broncodilatador < 0,70. Todos os pacientes preencheram o COPD Assessment Test e o Fagerström Test for Nicotine Dependence.
Resultados:
Participaram do estudo 305 indivíduos, e 47 (15,4%) eram do sexo masculino. A média de idade dos participantes foi de 49,0 ± 6,5 anos. A espirometria revelou defeito ventilatório obstrutivo em 33 indivíduos (10,8%), defeito ventilatório restritivo em 5 (1,6%) e doença das vias aéreas pequenas em 96 (31,5%). O diagnóstico de DPOC foi feito em 29 pacientes (9,5%), 25 (86,2%) dos quais foram recém-diagnosticados. Com base nas diretrizes da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease, a maioria dos pacientes com DPOC ficou no grupo A ou B (n = 14; 48,2%, para ambos); 1 ficou no grupo D (3,6%) e nenhum ficou no grupo C. Um grau muito alto de dependência de nicotina foi mais comum nos indivíduos com DPOC que naqueles sem a doença (20,7% vs. 5,4%; p = 0,01).
Conclusões:
Nesta amostra de profissionais de saúde, a frequência de DPOC foi comparável à observada na população geral. A presença de DPOC em profissionais de saúde que fumam relacionou-se com maior dependência de nicotina.
Descritores:
Doença pulmonar obstrutiva crônica/prevenção & controle; Hábito de fumar; Pessoal de saúde