Resumo
Objetivo:
Analisar o reconhecimento das imparidades nos ativos fixos tangíveis e intangíveis e sua relevância para os investidores nas empresas cotadas nas bolsas de Lisboa e de Madri.
Metodologia:
Suporta-se em uma análise quantitativa de dados sobre uma amostra de 80 empresas com títulos cotados nas bolsas de Lisboa e de Madri (2007-2011). Foram estimados modelos de regressão linear e não linear para dados em painel.
Resultado:
Constatou-se que o valor de imparidades teve uma tendência crescente e que essas perdas são as mais significativas nos intangíveis (em particular no goodwill). Comprovou-se que a probabilidade de reconhecimento das imparidades é influenciada positivamente pela dimensão das entidades e negativamente pelo valor de mercado (p < 0,10). As entidades portuguesas orientadas para a exportação têm uma maior probabilidade de não reconhecer imparidades, mas as que apresentam valores de mercado superior têm maior probabilidade de reconhecê-las. Esse comportamento contraria o manifestado pela amostra, em que essa relação é negativa (p < 0,10). Os resultados também sugerem que existe efeito de alisamento dos resultados por via das imparidades, sendo ele mais acentuado nas entidades do IBEX35. Quanto à relevância da imparidade para o valor de mercado, confirma-se uma relação negativa significativa, reforçando as conclusões de estudos anteriores.
Contribuições:
Esse estudo introduz o fator cultural na análise do reconhecimento das perdas por imparidade, destacando-se comportamentos distintos entre entidades portuguesas e espanholas.
Palavras-chave:
Ativos fixos tangíveis; ativos intangíveis; imparidade; valor de mercado