RESUMO
O debate sobre o uso das metáforas no contexto organizacional nas últimas décadas ainda não se encontra esgotado, especialmente nos estudos sobre discurso. Inserindo-se nessa discussão, o presente ensaio problematiza a dimensão anacrônica no uso de metáforas no campo do management. A partir de uma visada hermenêutico-crítica, argumentamos que o uso de metáforas na literatura gerencialista por vezes reflete uma distorção utilitária e anacrônica dos contextos originários das formas simbólicas metaforizadas. Nesse sentido, o uso estratégico da linguagem pode inibir a autonomia interpretativa dos sujeitos, ou seja, colonizando seus horizontes interpretativos pela indução persuasiva de visões de mundo simplistas e utilitárias sobre a realidade organizacional. Utilizamos a forma ensaística como método e nos amparamos teoricamente na abordagem crítica de Alvesson, nas hermenêuticas de Gadamer e Ricoeur, e na Teoria Crítica de Habermas. Ilustramos nosso argumento através do uso recorrente da obra “A Arte da Guerra” como metáfora para prática gerencial.
Palavras-chave:
Metáfora; Hermenêutica Crítica; História; Linguagem do Management; Arte da Guerra