A saliva é fundamental para a homeostase digestiva. Alterações no seu volume e composição são correlacionadas com o refluxo laringofaríngeo (RLF). Estudos recentes demonstraram que pacientes com RLF apresentam acidificação do pH salivar. A síndrome de Sjögren (SS) foi eleita como modelo de hiposalivação, com objetivo de analisar as repercussões da diminuição salivar na laringe e faringe. CASUÍSTICA E MÉTODO: Estudo clínico transversal de 19 sujeitos com SS e RLF comparados com 12 indivíduos saudáveis. Obtidas amostras de saliva total não estimulada (STNE) e saliva total estimulada por mastigação de parafilm M® (STE). RESULTADOS: Todos os indivíduos eram mulheres, média de idade de 60 anos (estudo) e 44 anos. A prevalência de RLF foi 100%. O pH médio na STNE foi 7,53 (grupo estudo) e 7,57(controle), aumentando para 7,87 e 7,93, respectivamente, após estimulação mecânica. Não houve diferença significante de pH entre os grupos. O volume salivar médio dos pacientes com SS foi 1,27mL (STNE) e 3,78mL (STE), sendo o volume salivar do grupo controle significativamente maior (4,02mL na STNE e 11,96mL na STE). CONCLUSÕES: Todos os indivíduos estudados apresentaram RLF, fato provavelmente relacionado à queda uniforme observada no volume salivar e de todos seus componentes, não sendo observadas mudanças no pH salivar no grupo estudado. Isso sugere fisiopatogenias diferentes do RLF para indivíduos com SS.
doenças da laringe; refluxo gastroesofágico; saliva; xerostomia