INTRODUÇÃO:
A avaliação clínico-ocupacional de trabalhadores expostos a ruído é dificultada pela discrepância entre queixas auditivas e resultados dos exames audiológicos. Este estudo pretende avaliar limiares dos reflexos estapedianos contralaterais em sujeitos expostos a níveis elevados de pressão sonora, relacionando-os com queixas auditivas.
MÉTODO:
Estudo clínico retrospectivo que analisou 364 trabalhadores e seus limiares de reflexos estapedianos contralaterais, relacionado-os com queixas auditivas, idades e tempos de exposição ao ruído.
RESULTADOS:
Dos trabalhadores avaliados, com idades de 18 a 50 anos (média 39,6) e tempos de exposição entre um e 38 anos (média 17,3); 15,1% (55) tinham queixa de perda auditiva bilateral, 38,5% (140) zumbidos bilaterais, 52,8% (192) irritação ao ouvir sons intensos e 47,2% (172) dificuldades para reconhecer a fala. As variáveis: perda auditiva, dificuldade para reconhecimento da fala, zumbidos, faixa etária e tempo de exposição ao ruído não se relacionaram significativamente com limiares dos reflexos estapedianos, mas todas as queixas apresentaram relação estatisticamente significante com o recrutamento de Metz nas frequências de 3000 e 4000 Hz, bilateralmente.
CONCLUSÃO:
Não houve relações significativas entre limiares dos reflexos estapedianos e queixas auditivas.
Efeitos do ruído; Ruído ocupacional; Perda auditiva provocada por ruído; Reflexo acústico; Estapédio; Audiologia