Resumo
Introdução:
O câncer de cabeça e pescoço representa 3% de todos os tipos de neoplasias malignas e o carcinoma espinocelular corresponde a 90% dos casos. Há estudos sobre a qualidade de vida desses pacientes, mas pouco se conhece sobre os prejuízos físico e emocional dos seus cuidadores.
Objetivo:
Avaliar a qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço e comparativamente de seus cuidadores a partir da aplicação de questionários validados.
Método:
A casuística foi constituída de 30 pacientes com tumores avançados (carcinomas espinocelulares de estádio III ou IV) de cabeça e pescoço e 30 cuidadores. Foram aplicados questionários específicos (Coop/Wonca, EORTC QLQ-C30, EORTC H&N35, Coop/Wonca e Caregiver Strain Index - CSI) a partir de visitas de rotina ao ambulatório.
Resultados:
Dos 30 pacientes, 28 eram do sexo masculino e 25 apresentavam estádio IV, com idade média de 56,6 anos. 36,7% tinham o tumor primário na orofaringe e 70% sentiam dor. As escalas funcionais cognitivas, física e emocional foram as mais afetadas. Dor, fadiga e distúrbio do sono foram os sintomas mais prevalentes. Dos 30 cuidadores, 23 eram do sexo feminino e 70% eram cuidadores primários. 36,7% dos cuidadores apresentaram alto nível de estresse, principalmente relacionado à sensação de incapacidade. A comparação entre pacientes e cuidadores demonstram que os dois grupos apresentam semelhante comprometimento da qualidade de vida: aptidão física (p = 0,487), saúde mental (p = 0,615), atividades diárias (p = 0,793), atividades sociais (p = 0,301), mudança na saúde (p = 0,649), saúde geral (p = 0,168).
Conclusão:
O comprometimento na qualidade de vida é semelhante entre pacientes e seus cuidadores, ou seja, não só os indivíduos de fato doentes apresentam prejuízo na sua qualidade de vida, mas os seus cuidadores também e na mesma proporção.
PALAVRAS-CHAVE
Carcinoma espinocelular; Qualidade de vida; Cuidadores; Câncer de cabeça e pescoço