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Envelhecimento e os atrasos nas latências das componentes de onda no oVEMP e no cVEMP: uma revisão sistemática com metanálise Como citar este artigo: Macambira YK, Carnaúba AT, Fernandes LC, Bueno NB, Menezes PL. Aging and wave-component latency delays in oVEMP and cVEMP: a systematic review with meta-analysis. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:475-87.

Resumo

Introdução:

O processo natural de envelhecimento pode resultar em mudanças morfológicas no sistema vestibular e na via neural aferente, inclusive perda de células ciliadas, diminuição do número de células do nervo vestibular e perda de neurônios no núcleo vestibular. Dessa forma, com o avanço da idade, deveria ocorrer diminuição nas amplitudes e aumento nas latências dos potenciais evocados miogênicos vestibulares (VEMP), principalmente o prolongamento da latência p13. Além disso, muitos artigos não encontraram diferenças significativas nas latências do VEMP com o avanço da idade.

Objetivo:

Analisar se existem diferenças significativas para as latências do VEMP cervical (cVEMP) e do VEMP ocular (oVEMP) entre idosos e adultos.

Método:

Revisão sistemática com metanálise de estudos observacionais que comparam diferenças desses parâmetros entre idosos e adultos jovens, sem restrições de idiomas ou datas, nas seguintes bases de dados: Pubmed, ScienceDirect, Scopus, Web of Science, SciELO e Lilacs. Além das bases de literatura cinzenta OpenGrey.eu e DissOnline e ainda no Research Gate.

Resultados:

As latências n1 do oVEMP tiveram um atraso médio nos idosos de 2,32 ms com IC 95% 0,55-4,10 ms. O teste para o efeito geral obteve p = 0,01 e revelou que tal diferença foi significativa. A heterogeneidade encontrada foi I2 = 96% (p < 0,001). Avaliação da latência de p1 não foi possível devido ao baixo número de artigos selecionados para essa condição. A análise do cVEMP foi feita com 13 artigos. Para o componente p13, o atraso médio para as latências dos idosos foi de 1,34 ms com IC 95% 0,56-2,11 ms. O teste para o efeito geral obteve p < 0,001; com valor da heterogeneidade I2 = 92% (p < 0,001). Para o componente n23, o atraso médio para as latências dos idosos foi de 2,82 ms com IC 95% 0,33-5,30 ms. O teste para o efeito geral obteve p = 0,03. A heterogeneidade encontrada foi I2 = 99% (p < 0,001).

Conclusão:

A latência do componente de onda n1 do oVEMP e as latências dos componentes de onda p13 e n23 do cVEMP são mais prolongadas em idosos com idade > 60 anos do que em adultos jovens.

PALAVRAS-CHAVE
Potencial evocado miogênico vestibular cervical; Potencial evocado miogênico vestibular ocular; Idosos

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