Resumo
Introdução:
A incidência relatada de metástases linfonodais chega a 40% em pacientes com microcarcinoma papilífero de tireoide e essas ocorrem principalmente no compartimento cervical central. Como essas metástases são difíceis de ser detectadas com o uso de ultrassonografia no pré-operatório, alguns autores defendem o esvaziamento cervical central de rotina em pacientes portadores de microcarcinoma papilífero de tireoide no momento da tireoidectomia inicial.
Objetivo:
Avaliar se o esvaziamento cervical central profilático pode diminuir a taxa de recorrência local de microcarcinoma papilífero de tireoide após a tireoidectomia.
Método:
A literatura disponível, publicada de janeiro de 1990 a dezembro de 2017, sobre tireoidectomia com esvaziamento cervical central profilático versus tireoidectomia somente para microcarcinoma papilífero de tireoide foi obtida através de busca nas bases de dados online nacionais e internacionais. A metanálise foi feita após o processo de extração de dados.
Resultados:
Quatro estudos foram finalmente incluídos na metanálise, com 727 pacientes, dos quais 366 foram submetidos à tireoidectomia com esvaziamento cervical central profilático e 361 só receberam tireoidectomia. Como mostrado pelos resultados da metanálise, as taxas de recorrência com tireoidectomia com esvaziamento cervical central profilático foram de 1,91% e foram significantemente menores do que aquelas em pacientes submetidos somente à tiroidectomia (OR = 0,24, IC95% [0,10-0,56], p = 0,0009).
Conclusão:
Para pacientes com microcarcinoma papilífero de tireoide, o esvaziamento cervical central profilático é um procedimento seguro e eficiente e resulta em menor taxa de recorrência. Como as evidências são de baixa qualidade (estudos não randomizados), mais estudos randomizados são necessários.
PALAVRAS-CHAVE
Esvaziamento cervical central; Recidiva local; Microcarcinoma papilífero de tireoide; Metanálise