A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, que se manifesta por sinais e sintomas dermatoneurológicos, com lesões na pele e nos nervos periféricos. O objetivo deste estudo foi avaliar o status físico e funcional de olhos, mãos e pés de pacientes com hanseníase, em relação ao aparecimento e evolução de deficiências sensitivo-motoras, grau de incapacidade e qualidade de vida, tendo os pacientes recebido e utilizado durante um ano um manual especialmente elaborado, com orientações de autocuidados para prevenção de incapacidade. Foram realizadas e comparadas avaliações fisioterapêuticas inicial e após 12 meses de uso do manual, de 26 pacientes com hanseníase: palpação de nervos periféricos, teste de sensibilidade da córnea, teste de sensibilidade cutânea, teste manual de função muscular e dinamometria isométrica de preensão e pinças dos dedos, sendo aplicado ainda o questionário de qualidade de vida SF-36 e classificado o grau de incapacidade. Os nervos mais acometidos foram o ulnar e o tibial posterior. Embora o grau de incapacidade e as deformidades preexistentes tenham persistido, houve melhora significativa nos domínios dor e aspectos sociais do questionário SF-36, bem como na função muscular das mãos e dos pés e no ressecamento da pele. Como estas últimas são diretamente relacionadas ao autocuidado, sugere-se que o manual de orientações pode ter importante papel coadjuvante na melhora de sintomas dos pacientes com hanseníase.
Deformidades adquiridas; Hanseníase; Qualidade de vida; Saúde da pessoa com deficiência ou incapacidade