A avaliação fisioterapêutica neurofuncional representa uma das ações mais importantes do profissional. Contudo, divergências nos métodos utilizados para elaboração diagnóstica fazem com que haja discrepâncias na prescrição e no prognóstico fisioterapêutico. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar e discutir métodos e técnicas de avaliação utilizados por fisioterapeutas vinculados à atenção à saúde da população, na especificidade da neurologia funcional. Para a concretização desta pesquisa, foi realizado um estudo quali-quantitativo de delineamento transversal. A amostra foi composta por fisioterapeutas registrados no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da comarca de Mato Grosso do Sul (CREFITO-13), especialistas na área da reabilitação neurofuncional, e atuantes em hospitais, universidades e clínicas da cidade de Campo Grande (MS). Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e inferencial (teste do χ²), sob um nível de significância de 5% (p<0,05). Sobre os resultados, todos os fisioterapeutas analisados concluíram a graduação havia mais de cinco anos. As respostas referentes ao exame físico foram semelhantes entre fisioterapeutas docentes e clínicos (p=0,81), não ocorrendo o mesmo com a anamnese (p=0,02). Itens como funções cognitivas e determinantes sociais de saúde foram respondidas por menos de 15% dos entrevistados, e aproximadamente 70% dos entrevistados disseram realizar, mas não registrar, a avaliação do paciente. Em conclusão, ainda não há uma padronização da avaliação fisioterapêutica neurofuncional, tornando difícil unificar a análise prescritiva e prognóstica dos casos clínicos. As respostas apontam para uma dependência da visão profissional nos aspectos da doença, com pouca valorização das questões sociais de saúde.
fisioterapia; avaliação em saúde; estudos de avaliação