Baseado nos dados do trabalho de campo realizado na região da Zona da Mata de Pernambuco, o texto analisa as transformações no universo dos engenhos e das usinas à luz dos circuitos de produção e de abastecimento das feiras livres onde antigos moradores expulsos desse universo passaram a se abastecer. Indicadora do crescimento desse proletariado rural, a expansão das feiras na Zona da Mata também ilumina a emergência de pequenos produtores com alguma autonomia dentro dos engenhos que produzem para vender nas feiras, reconfigurando assim o sistema de aprovisionamento da população rural da região, anteriormente sujeita ao sistema de distribuição interno dos engenhos, o barracão. O contraponto entre feiras e barracão permite observar a complexidade das mudanças em curso na região, e mostrar a produtividade da etnografia dos mercados (ou dos locais de mercado) para a compreensão de amplos processos de transformação social.
Feiras; engenhos; usinas; barracões; proletariado rural; transformação social