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Análise da fase faríngea da deglutição em portadores de tosse crônica

INTRODUÇÃO: O ato de deglutir depende de um processo complexo e dinâmico, utilizando estruturas comuns ao ato de respirar, problemas respiratórios podem gerar dificuldades na deglutição. OBJETIVO: Analisar a fase faríngea da deglutição em portadores de tosse crônica. MÉTODO: Estudo retrospectivo com 15 pacientes, ambos os sexos, portadores de tosse crônica e com fatores de risco para aspiração definidos pelo diagnóstico pneumológico. Os pacientes foram submetidos à anamnese sobre queixas em relação à deglutição, respiração ou relacionadas à alimentação e ao exame de videofluoroscopia. RESULTADOS: No grau de disfagia, observou-se que 33,3% apresentaram deglutição normal e deglutição funcional, sendo estes de maior prevalência. A disfagia leve foi observada em 20% dos pacientes, em 6,7% disfagia leve à moderada. Em relação à escala Rosenbek, 73,3% dos pacientes apresentaram grau 1, 6,7% apresentaram os graus 2 e 3, o grau 8 foi encontrado em 13,3% dos pacientes. A patologia mais encontrada foi tosse crônica com 40%, seguida de asma com 20%, 69,2% dos pacientes apresentaram estase e desses, cinco utilizaram manobras de proteção, dessas sete foram efetivas, somente três foram utilizadas na presença da estase. A manobra mais utilizada foi deglutição múltipla, sendo efetiva em 100%. CONCLUSÃO: Há especificidades no funcionamento da deglutição dos pacientes com tosse crônica que, apesar de não apresentar queixas relativas à deglutição, apresenta risco aspirativo importante devido à presença de alterações no padrão respiratório o que pode intervir na coordenação entre respiração e deglutição, que é fundamental para a proteção da via aérea inferior.

Transtornos de Deglutição; Fluoroscopia; Métodos; Tosse


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