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Uso de benzodiazepínicos entre idosos: o alívio de "jogar água no fogo", não pensar e dormir

Benzodiazepine use among elderly: the relief of "throwing water on the fire", not thinking and sleeping

OBJETIVO:

Compreender a percepção e os significados que os idosos atribuem a suas experiências relacionadas ao uso prolongado de benzodiazepínicos.

MÉTODOS:

Trabalho de abordagem qualitativa, de cunho antropológico, realizado junto a idosos participantes do Projeto Bambuí, estudo de base populacional sobre as condições de saúde da população idosa, realizado na cidade de Bambuí-MG. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 22 idosos, sem comprometimento cognitivo e residentes na cidade de Bambuí-MG, que relataram uso de medicação benzodiazepínica.

RESULTADOS:

No grupo pesquisado, o uso de benzodiazepínicos foi compatível com a definição de "padrão de uso crônico", variando de seis meses a 40 anos, sendo o medicamento mais utilizado o Clonazepam. A coleta e análise dos dados foram guiadas pelo modelo de signos, significados e ações. Emergiram como categorias: a utilização de um remédio "muito bom"; o remédio bom que "parece que vicia"; a (des)obediência à prescrição médica; e o alívio.

CONCLUSÃO:

Os idosos entrevistados justificam o uso crônico de benzodiazepínicos como um paliativo para lidar com dificuldades existenciais decorrentes de situações culturais, sociais e familiares, as quais precisam ser abordadas nos serviços de saúde.

Uso Crônico; Benzodiazepinas; Saúde do Idoso; Envelhecimento


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