Resumo
Introdução:
A presbiacusia pode afetar diferentes porções do sistema auditivo, causando impactos diversos na vida do idoso. É fundamental que a extensão do deficit e o grau do handicap sejam avaliados, visando uma reabilitação auditiva mais específica e eficaz, melhorando a qualidade de vida do idoso.
Objetivo:
Caracterizar a audição periférica e central de idosos e avaliar o handicap auditivo.
Método:
estudo transversal observacional. Foram avaliados 83 idosos (60 a 85 anos; 33 homens, 50 mulheres) com audição normal ou perda auditiva neurossensorial, divididos em 3 grupos, de acordo com os limiares de 3 a 6 kHz: G1 - média de 0 a 39 dBNA (80 orelhas); G2 - média de 40 a 59 dBNA (48 orelhas); G3 - média de 60 a 120dBNA (38 orelhas). Realizaram questionário Hearing Handicap Inventory for the Elderly (HHIE), Audiometria Tonal, Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) e de Longa Latência.
Resultados:
O sexo masculino apresentou limiares auditivos piores nas frequências de 500 a 12000 Hz e latências aumentadas para os componentes do PEATE; não houve diferença entre sexos no P300. Na comparação entre grupos, observou-se diferença significante com relação à idade; aumento das latências e interpicos no PEATE e piora da pontuação do questionário conforme piora do limiar auditivo; semelhança nas latências do P300.
Conclusões:
Idosos apresentam comprometimento da via auditiva (periférica e central). O P300 mostrou-se menos sensível para as alterações decorrentes da idade; o questionário HHIE demonstrou prejuízo para a vida social dos idosos, mostrando concordância com os limiares auditivos avaliados.
Palavras-chave:
Idoso; Presbiacusia; Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico; Potenciais Evocados P300; Audição; Perda Auditiva.