Resumo
Objetivo:
definir a aplicabilidade da Escala de Risco Anticolinérgico (ARS) pelo grau de risco anticolinérgico, como indicador de risco de delirium em idosos hospitalizados.
Método:
análise de prontuários ao término da internação de idosos hospitalizados em leitos de clínica médica de hospital de ensino pela ARS. Traduziu-se e adaptou-se a ARS aos medicamentos em uso no Brasil. Utilizou-se a versão traduzida e validada por Fabbri et al. do Confusion Assessment Method (CAM) para o diagnóstico clínico de delirium. Dividiu-se a casuística por sexo e por idade para análise dessas variáveis quanto ao uso de medicamentos anticolinérgicos pela ARS e a associação com delirium.
Resultados
: foram analisados os prontuários de 123 idosos com idade média de 72,7 (±9,2) anos. Consumo médio de 6,1 (±3,0) medicamentos não listados na ARS (alguns com ação anticolinérgica como Ipratrópio e Escopolamina) e de 0,9 (±0,6) listados (Metoclopramida, Ranitidina, Atropina, Haloperidol e Risperidona). Pontuação ≥3 em quatro idosos (3,3% do total de casos). Observou-se delirium em 27 pacientes (21,9% do total), nenhum deles com mais de 2 pontos na ARS. Não houve significância estatística na associação entre delirium em relação ao sexo e a idade.
Conclusão:
a pontuação média da ARS foi baixa na população estudada, não se correlacionando ao delirium. A ARS não abrange todos os anticolinérgicos, merecendo este estudo desdobramento em enfermaria geriátrica para efeito comparativo.
Palavras-chave:
Idoso; Antagonistas Colinérgicos; Preparações Farmacêuticas; Medicamentos; Doença Iatrogênica.