Resumo
Objetivo:
caracterizar o perfil sociodemográfico de idosos com artrite/reumatismo em relação ao sexo, bem como estimar a prevalência e os fatores associados à incapacidade funcional para a realização de atividades instrumentais da vida diária (AIVD).
Método:
estudo transversal de base populacional com amostra de 1.136 idosos (≥65 anos), procedentes de sete municípios brasileiros. A capacidade funcional foi avaliada pelo autorrelato dos idosos quanto à execução das AIVD, pela Escala de Lawton. Diferenças entre os sexos, segundo variáveis sociodemográficas, foram verificadas pelo teste qui-quadrado (p<0,05). Estimou-se a prevalência de incapacidade para a realização das AIVD e as associações independentes foram verificadas por meio de regressão logística múltipla.
Resultados:
a média de idade foi 72,4 anos, 79,1% eram mulheres e 45,9% dos idosos com artrite/reumatismo apresentaram dependência para a realização das AIVD. Observaram-se diferenças entre os sexos em relação à faixa etária, estado conjugal, renda e arranjo domiciliar (p<0,05). Maior prevalência de incapacidade foi observada entre os mais idosos, naqueles sem escolaridade, com pior renda, nos que viviam em arranjos multigeracionais e com fragilidade. Na avaliação da realização de atividades específicas, os idosos com artrite/reumatismo apresentaram maior dificuldade quanto ao uso de medicação (OR: 1,90; IC95%: 1,19 - 3,06), mesmo após ajuste por sexo e idade.
Conclusão:
foram encontradas associações entre incapacidade funcional com variáveis sociodemográficas e fragilidade. A independência para a realização de atividades cotidianas como as avaliadas neste estudo torna-se uma das condições primordiais para o bem-estar dos idosos na velhice, mesmo que sob condições de fragilidade ou doenças crônicas.
Palavras-chave:
Idoso; Envelhecimento; Atividades Cotidianas; Doenças Reumáticas; Estudos Transversais