Resumo
Objetivo:
investigar a utilização de medicamentos, suas potenciais interações medicamentosas e iatrogenias, como fatores associados à fragilidade.
Método:
delineamento observacional, transversal analítico, de base populacional realizado com idosos cadastrados nas Estratégias Saúde da Família (ESF) da área urbana de um município da região Sul do Brasil. A amostra foi probabilística, com 554 idosos; e utilizou-se a técnica de amostragem estratificada proporcional, por ESF e por sexo. A coleta de dados foi realizada no domicílio, com informações referentes a características sociodemográficas, perfil farmacoterapêutico; e avaliação de fragilidade.
Resultados:
verificou-se o uso de medicamentos por 86,3% e prevalência de fragilidade em 63,0% dos idosos. Ainda, 39,4% dos idosos eram polimedicados; 49,1% utilizavam medicamentos potencialmente inapropriados e 52,2% estavam expostos a potenciais interações medicamentosas, sendo a mais frequente entre enalapril e metformina. Identificou-se associação, com aumento do risco de fragilidade, e as variáveis: polifarmácia; uso de medicamentos potencialmente inapropriados; potenciais interações medicamentosas; mais de duas potenciais interações medicamentosas com presença ou não de medicamento potencialmente inapropriado.
Conclusão:
evidenciou-se associação entre polifarmácia, uso de medicamentos potencialmente inapropriados e presença de interações medicamentosas com a fragilidade. Os achados ressaltam a importância do acompanhamento da terapia medicamentosa nesse grupo populacional na perspectiva de detecção precoce, prevenção e resolução de iatrogenias, decorrentes do uso de medicamentos.
Palavras-chave:
Idoso; Idoso Fragilizado; Preparações Farmacêuticas; Interações Medicamentosas