Resumo
Objetivo:
Avaliar, em uma população feminina com incontinência urinária, a prevalência de incontinência dupla, seus fatores associados e seu impacto sobre a qualidade de vida.
Método:
Estudo transversal em mulheres com incontinência urinária ou dupla (incontinência urinária e fecal) atendidas em um hospital terciário do Sistema Único de Saúde. Foram colhidas informações sociodemográficas e clínicas, e a qualidade de vida foi avaliada por meio de questionários validados. A associação entre as variáveis e os tipos de disfunção (incontinência urinária e dupla) e com a pior percepção geral de saúde foi determinada pelos testes de Mann-Whitney, qui-quadrado e Fisher.
Resultados:
A amostra do estudo foi composta por 227 mulheres, das quais 120 (52,9%) eram idosas. A prevalência de incontinência dupla foi de 14,1%, e os fatores a ela associados foram maior número de comorbidades (p-valor=0,04), polifarmácia (p-valor=0,04) e presença de retocele (p-valor=0,02). Mostraram associação com pior percepção geral de saúde o IMC (quanto maior, pior; p-valor=0,02) e maior número de comorbidades (p-valor=0,05), mas não a incontinência dupla (p-valor=0,36).
Conclusão:
A prevalência de incontinência dupla foi diferente da encontrada em estudos realizados em cenários semelhantes. A população estudada apresenta baixos escores de percepção geral de saúde, mas a incontinência dupla não esteve associada a tais escores. A presença de múltiplas comorbidades está associada tanto à presença de incontinência dupla quanto à pior percepção geral de saúde.
Palavras-Chave:
Distúrbios do Assoalho Pélvico; Incontinência Fecal; Incontinência urinária; Qualidade de Vida; Saúde da Mulher