Resumo
O presente trabalho teve como objetivo a caracterização funcional de espécies arbóreas de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Planalto Sul-Catarinense, bem como determinar se os traços funcionais afetam as taxas demográficas das mesmas. Para as espécies mais abundantes do fragmento foram caracterizados os traços funcionais - área foliar (AF), área foliar específica (AFE), densidade básica da madeira (DM) e altura máxima potencial (Hmax) - e suas taxas demográficas - mortalidade, recrutamento, ganho e perda em área basal, rotatividade e mudança líquida. Os dados foram analisados por meio da Análise de Componentes Principais (PCA) e modelos do tipo Mínimo Quadrado Generalizado (GSL). Os resultados evidenciaram que as espécies apresentam elevada heterogeneidade funcional, principalmente no que se refere a Hmax, AFE (PCA - Eixo 1) e DM (PCA - Eixo 2). As taxas demográficas das espécies foram influenciadas de forma significativa apenas por Hmax e AFE. Conclui-se que: i) as variações dos traços funcionais das espécies sintetizam espectros de estratégias ecológicas relacionadas ao particionamento do perfil vertical da floresta e a capacidade de se desenvolverem em áreas com diferentes tempos pós-distúrbios; e que, ii) os traços funcionais que indicaram a capacidade das espécies colonizarem o sub-bosque foram preditores das taxas demográficas das espécies.
Palavras-chave:
Traços funcionais; Dinâmica florestal; Taxas demográficas