Acessibilidade / Reportar erro

Fauna edáfica e suas relações com atributos químicos, físicos e microbiológicos em Floresta de Araucária

Edaphic fauna and its relations with chemical, physical and microbiological attributes in Araucaria forest

Resumo

A permanente cobertura vegetal do solo, em Florestas de Araucária, contribui na conservação de sua biodiversidade edáfica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial da fauna edáfica e das variáveis ambientais explicativas (físico-químicas e microbiológicas do solo) na discriminação de florestas com araucária nativa e reflorestada. Avaliaram-se florestas com Araucaria angustifolia nativa (NF) e reflorestada (RF) em três regiões distintas no estado de São Paulo, representando três repetições. Em cada área, 15 amostras de solo foram coletadas para avaliação dos atributos físicos, químicos e microbiológicos e, nos mesmos pontos, procedeu-se às coletas da fauna utilizando-se o método de armadilhas de queda (Pitfall traps). A fauna do solo foi influenciada pela sazonalidade, apresentando maior abundância de indivíduos no verão. Os grupos Collembola, Formicidae e Coleoptera foram os mais abundantes, independentemente da época de amostragem e tipo de floresta. A Análise de Componentes Principais (ACP) e Análise Canônica Discriminante (ACD) claramente diferenciaram as áreas de araucárias. Na ACP, Hemiptera, Collembola e Diplopoda ficaram associados à RF no inverno, principalmente pelos maiores valores de matéria seca da serapilheira. Já em NF, foram os grupos Orthoptera, Hymenoptera, Araneae e Coleoptera, explicados pela melhor qualidade do solo e da serapilheira. No verão, ficaram associados à NF, os grupos Formicidae, Hemiptera, Orthoptera, Araneae, Coleoptera e Collembola, explicados pelos maiores valores de CBM, Ca, P, C-org, macroporosidade e atividade de desidrogenase. Na ACD, a abundância de grupos taxonômicos foi o atributo da fauna edáfica mais importante para a discriminação das florestas. Da mesma forma, a umidade do solo, teor de P no solo, porosidade total e teor de S na serapilheira contribuíram na discriminação das florestas. A semelhança entre as áreas, em relação aos grupos da fauna edáfica, indica que está ocorrendo uma estabilidade das áreas reflorestadas comparável às nativas.

Palavras-chave:
Floresta nativa e reflorestada; Análise multivariada; Invertebrados de solo; Biodiversidade do solo

Universidade Federal de Santa Maria Av. Roraima, 1.000, 97105-900 Santa Maria RS Brasil, Tel. : (55 55)3220-8444 r.37, Fax: (55 55)3220-8444 r.22 - Santa Maria - RS - Brazil
E-mail: cienciaflorestal@ufsm.br