Este artigo investiga, à luz da Teoria da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), a oração concessiva que não é subordinada a outras orações, ou seja, não apresenta relações sintáticas nem semânticas com orações anteriores ou posteriores, a que denominamos Concessiva Independente. O objetivo deste estudo consiste em descrever as propriedades discursivas, semânticas, morfossintáticas e prosódicas desse tipo de estrutura, mostrando que sua relevância está na construção e organização do discurso. Os resultados apontam que a Concessiva Independente funciona, no discurso, como um parêntese, que interrompe o fio discursivo, sendo, então, destacado por um contorno prosódico especial, aliado à presença de Atos Interativos. Constitui, portanto, um Movimento, a camada mais alta do Nível Interpessoal, nível que se relaciona aos aspectos pragmáticos da gramática de uma língua. O universo de investigação utilizado é o córpus Iboruna, um banco de dados que registra a variedade do português do noroeste paulista.
Oração adverbial concessiva; Orações concessivas independentes; Teoria da Gramática Discursivo-Funcional; Movimento; Nível interpessoal