Este artigo centra-se na análise de uma cooperativa da construção civil orientada por princípios da economia solidária. Buscou-se compreender em que medida essa experiência associativa, além de constituir uma estratégia de sobrevivência e de resistência diante do desemprego e subemprego, pode contribuir para a invenção de novas formas de trabalho e vida produtoras de saúde. Realizou-se um estudo qualitativo voltado ao conhecimento das principais questões que atravessam o processo produtivo cooperativo, sua viabilidade econômica e técnica e as relações estabelecidas entre os associados. Encontrou-se que o empreendimento rompe com a lógica habitual de trabalho implantada nos canteiros de obra, investe na qualificação de trabalhadores e expande um novo sentido formativo, de partilha, de sentimento associativo e de compromisso social com a comunidade local. Apesar das limitações decorrentes da falta de financiamento compatível com a especificidade de iniciativas dessa natureza, constitui uma referência exemplar de sucesso sob premissas da economia solidária.
cooperativismo; subjetividade; trabalhador da construção; economia solidária