Resumo
Para compreender certos efeitos do Programa Mais Médicos, estudamos os processos de subjetivação que operaram na constituição dos médicos cubanos ao longo do processo revolucionário desencadeado desde o final da década de 1950. Para tanto, analisamos diversas publicações e consideramos nossas experiências com esses profissionais, usando as formulações de Michel Foucault sobre como as relações de poder-saber constituem os indivíduos, na conexão entre os aspectos políticos e os processos éticos. Evidenciamos o papel que o sistema público de saúde tem na Revolução Cubana, identificando a centralidade dos médicos nesse processo; discutimos os aspectos morais que incidem na constituição ética dos médicos cubanos, especialmente a figura do revolucionário e as práticas de internacionalismo solidário. Por fim, analisamos as transformações recentes naquele país e suas consequências ainda indefinidas sobre a subjetivação dos médicos cubanos.
médicos; prática profissional; sistemas de saúde; Cuba