Resumo
O estudo que deu origem a este artigo, realizado em Vitória (ES) em 2016, teve como objetivo discutir o conceito de experiência na obra de Walter Benjamin e possíveis intercessões com as formulações em Clínica da Atividade. Buscou pensar tais limiares, produzir inflexões no campo das clínicas do trabalho, e com esse objetivo apresentar um leque de questões conceituais e metodológicas com base nas contribuições benjaminianas. O texto se organizou de acordo com conceitos que compõem a Clínica da Atividade, em especial o conceito de atividade, e o modo como essa clínica aborda a questão da experiência. Em seguida, destacou-se o conceito de experiência em Benjamin e buscou-se estabelecer um diálogo entre os conceitos de atividade e experiência nessas abordagens. A análise procurou mostrar a importância dessa confrontação conceitual-metodológica quando a transformação dos mundos do trabalho se apresenta como direção ético-política. Concluiu-se que nem o conceito de experiência em Benjamin nem o de atividade em Clínica da Atividade podem ser tomados como da ordem da privatização da experiência humana, indicando a dimensão sempre coletiva dos processos de trabalho.
Palavras-chave:
atividade; experiência; Clínica da Atividade; saúde do trabalhador