Resumo
O artigo visa discutir as condições de vida e a promoção emancipatória da saúde com base nas evidências descritivas dos relatórios da Comissão Pastoral da Terra, referências sobre a luta pelo acesso à terra no sudeste paraense, protagonizada por migrantes sem terra e articulada com o movimento camponês. Com isso, problematizou-se: em que medida o acesso à terra promoveu melhorias nas condições de vida dos migrantes sem terra no sudeste paraense? Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, com base nos achados expressos em documentos e relatórios da Comissão Pastoral da Terra à luz das teorias pós-coloniais e da saúde coletiva. Apresenta uma discussão crítica sobre o modelo de desenvolvimento capitalista neoextrativista e o moderno sistema-mundo, fabricante de exclusão e subalternização, propondo alternativas epistemológicas e ontológicas, em articulação com as lutas sociais emancipatórias nos campos e nas cidades. Há evidências nos relatórios da Comissão Pastoral da Terra e nos dados oficiais do Instituto de Colonização e Reforma Agrária de que o acesso à terra na região analisada alterou as condições de vida e saúde de milhares de sem terra num contexto de elevados conflitos e violência no campo.
condições de vida; promoção emancipatória da saúde; sudeste paraense