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Jeitos, sujeitos e afetos: participação das plantas na composição de médiuns umbandistas

Ways of being, subjects and affection: the participation of plants in the composition of umbanda mediuns

Resumo

A partir de um trabalho de campo de caráter etnográfico realizado em um terreiro de umbanda da capital paulista, este artigo analisa o processo de ‘tornar-se médium’ através do engajamento, contato e contágio que os adeptos estabelecem com as plantas. A narrativa se constrói com relatos de membros iniciantes – chamados ‘médiuns em desenvolvimento’ –, mães e pais-de-santo e suas experiências de sentir, perceber e permitir a ação das plantas na composição de seus estados e modos de ser. Os relatos compartilhados nesta etnografia indicam que, ao passo que os umbandistas coletam, rezam e preparam as plantas para uso em suas práticas cotidianas, como forma também de se elaborarem (ou, numa linguagem mais próxima do terreiro, de ‘se desenvolverem’), as plantas igualmente se desenvolvem através dos homens: promovem encontros e construções a partir de suas próprias (e autônomas) habilidades. Neste processo, cabe aos humanos aceitar e ensinar aos mais novos certa percepção dos afetos promovidos pelas plantas na composição daquilo que são.

Palavras-chave
Afeto; Composição; Ervas; Natureza-cultura; Religiões afro-brasileiras; Umbanda

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