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Querem dividir o Pará |
Proposta do governo federal de criação do estado do Tocantins |
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Projeto na mesa do ministro |
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Governo pensa mesmo em dividir o Pará |
Para o governo federal, a redivisão territorial visa à melhor administração. Há o embate entre três forças políticas: governo federal, elites político-econômicas de Marabá e governo do estado do Pará. Para a população de Marabá, o novo estado traria “perda” e “empobrecimento” |
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Estado do Tocantins (incluindo Marabá) teria Imperatriz como capital |
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Embora ainda se tente cobrir o assunto com o lençol do silêncio a verdade é que já existe (sic), em Brasília, estudos para a divisão territorial do estado, tirando o Pará uma expressiva parte de sua própria área para a criação do estado do Tocantins, território do Tocantins ou qualquer outro nome que possa ter. Esses estudos são até certo ponto antigos mas só vieram à tona, assustando muita gente, na primeira semana de dezembro do ano passado, através da matéria inserida na “Revista Veja”, mostrando rabiscos feitos pelo ministro do Interior, Mário Andreazza, mutilando o mapa do Pará na região compreendida pelo rio Tocantins, onde está a região de Marabá, Serra Pelada e Projeto Carajás |
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Estado do Tocantins? Tudo bem. Desde que beneficiasse o povo |
Governo federal apontado como inimigo, pois, como desconhece a realidade de Marabá, viria a tomar conta do que pertence à população. Divisão territorial seria bem vista se representasse investimentos públicos em saúde, educação e em solução de problemas fundiários |
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A ninguém, a não ser ao desperdício e à cegueira administrativa, interessa criar mais estados e territórios em Amazônia. Não é possível, nesta fase difícil em que vive o país, atolado em dívidas, com seus credores internacionais batendo a todo instante na porta, ainda existir quem deseja aprofundar o caos, criando novas dívidas administrativas e sociais, inventando novos estados e territórios para onerar a União, que, em último caso, somos todos nós, cidadãos e contribuintes |
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Indenização, uma grande piada |
Embate político, principalmente entre forças locais e o governo federal. Serra dos Carajás tratada como propriedade da população |
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Os estudos para a gestação do estado do Tocantins e território de Trombetas, ambos no Pará, têm inspiração política. Basta ver os mapas eleitorais de 15 de novembro para chegar à conclusão de que, no baixo Amazonas, foi onde o PMDB ganhou as eleições com boa margem de vantagem, perdendo no sudeste do Pará, principalmente Marabá, onde o PDS impôs uma goleada |
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Maioria até aceita a divisão se Marabá for a capital |
Representantes político-econômicos de Marabá apoiariam a divisão territorial, caso Marabá fosse a capital do novo estado. Governo do estado do Pará não apoia a divisão territorial |
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Numa enquete feita por este jornal, diversas pessoas revelaram sua discordância quanto à criação do estado do Tocantins, entendendo ser, no mínimo, uma precipitação do governo federal, pois há outros problemas mais urgentes. De uma coisa, todavia, todos concordam: o governo pode até criar o tal estado, desde que a capital seja Marabá |
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Deputados prometem lutar em Brasília |
Representantes políticos lutarão no Congresso Nacional contra a divisão territorial |
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O deputado federal Oswaldo Melo e o vice-governador paraense, Gerson Peres, são totalmente contrários ao novo estado. Melo foi até relator, na Câmara Federal, de um projeto contra a criação de novos territórios na Amazônia. Ele diz que, embora admita a realização de estudos no Ministério do Interior, o presidente João Figueiredo não assinará o decreto de criação do estado, pois o país atravessa muitas dificuldades e um novo estado seria contraproducente. O deputado vai além e reafirma sua vontade de lutar com todas as suas forças contra a divisão do Pará. Já o vice-governador, radicalmente contra, afirma que lutar contra isso é uma questão de honra para os paraenses. Gerson Peres não dá ouvidos aos boatos e prefere ficar com a palavra do próprio ministro Andreazza, o qual, na véspera das eleições de 15 de novembro, em Belém, garantiu que o Pará, mesmo com a vitória do PMDB, não seria dividido. E concluiu: em Brasília vou me bater contra isso e acho que é dever dos deputados federais, independentemente de coloração partidária |
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Um novo mapa |
Reprodução de notícia publicada pela revista Veja. Destaque para o embate político sobre quem terá gerência sobre a Serra dos Carajás – governos federal ou estadual |
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Governo: Andreazza quer criar mais estados e territórios |
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Três novos territórios e o 24º estado estão sendo desenhados pelo Ministério do Interior e deverão ser criados ainda durante o governo João Figueiredo. Os territórios, segundo um croqui do próprio ministro Mário Andreazza, confiscariam pedaços do Amazonas e do Pará. “Ficaria muito mais racional a administração da Amazônia”, pondera Andreazza. O estado seria o do Tocantins e virtualmente dividiria Goiás ao meio, abocanhando ainda porções do sul do Pará e do Maranhão |
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Curió, governador do Tocantins? |
Embate político para, no caso de divisão territorial, decidir quem deveria governar o novo estado |
SM |
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Notícias não confirmadas, provenientes de Brasília, ventilam a possibilidade de o ‘Major Curió’, eleito deputado federal pelo PDS, assumir importante cargo no futuro estado do Tocantins. Dizem que Curió, homem de confiança do presidente Figueiredo, seria contemplado com o cargo de governador. Se a capital do novo estado ficar em Imperatriz, como se anuncia, os maranhenses não dariam essa colher de chá, preferindo indicar um nome ligado à terra. O esperto senador José Sarney, inclusive, teria adiantado que nesse caso “Curió iria ter de cantar em outra freguesia”. A decisão – tanto sobre a criação do novo estado quanto à escolha do governador – está nas mãos de Figueiredo. Assim, Curió até poderia sonhar em voar mais alto sem o perigo de ter as asas cortadas |