O cineasta francês Robert Bresson utilizou a música com bastante parcimônia em seus filmes, fazendo, muitas vezes, uma seleção de pequenos trechos de música clássica preexistente. Tal é o caso de A grande testemunha (1966), em que podemos fazer analogias entre a maneira como os trechos da sonata D969 de Schubert são organizados no filme e as formas musicais da sonata original. Enfatizaremos, então, o bitematismo musical associado aos protagonistas Balthazar e Marie, a alternância dos trechos, além de considerarmos os aspectos comuns ao filme e à obra de Schubert, como a presença da natureza e a morte.
cinema; música; Robert Bresson; análise fílmica; formas musicais